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Vereadora Tatiana Medeiros é denunciada à Justiça; crimes somam 500 anos de prisão

Apesar dos crimes somarem 500 anos, a pena máxima a ser cumprida no sistema prisional brasileiro é de 40 anos.

Tatiana Medeiros está presa desde o dia 02 de abril em Teresina. | Foto: Reprodução
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O Ministério Público Eleitoral apresentou, nesta segunda-feira (12), uma denúncia formal contra a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) e outras oito pessoas. A acusação se baseia em crimes como organização criminosa, corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro, peculato e falsidade ideológica. O promotor João Batista de Castro Filho, da 98ª Zona Eleitoral de Teresina, é o responsável pela ação judicial, fruto de uma investigação policial extensa batizada de Operação Escudo Eleitoral.


Estrutura criminosa e divisão de funções

De acordo com as apurações, o grupo atuava com organização e estabilidade interna, cada integrante com funções bem definidas, voltadas à manipulação do processo eleitoral de 2024. Entre os denunciados estão familiares, assessores e até um membro vinculado a uma facção criminosa atuante no estado.

Veja as acusações contra os principais envolvidos:

  • Tatiana Teixeira Medeiros: responde por cinco crimes, com destaque para 103 casos de corrupção eleitoral e 12 de peculato, podendo somar mais de 500 anos de reclusão em penas máximas.

  • Alandilson Cardoso Passos: além de liderar parte do esquema, responde por 52 episódios de corrupção eleitoral, além de usura, lavagem de dinheiro e violação de sigilo do voto.

  • Stênio Ferreira Santos: padrasto da vereadora, está envolvido em diversos crimes financeiros e eleitorais, incluindo lavagem de dinheiro e apropriação indébita.

  • Outros envolvidos: Maria Odélia Medeiros, Emanuelly Melo, Bianca Medeiros, Lucas Sena, Bruna Sousa e Sávio França, todos denunciados por participação direta ou indireta no esquema.


ONG era usada como fachada para aliciamento de eleitores

Segundo o Ministério Público, o núcleo da fraude girava em torno do Instituto Vamos Juntos, ONG presidida pela mãe da vereadora. A entidade, que deveria atuar com foco em atividades sociais e culturais, foi usada como instrumento para cooptar eleitores em troca de benefícios, como cestas básicas e promessas de emprego.

O Instituto Vamos Juntos era usado para cadastrar eleitores de forma irregular, com dados como número do título eleitoral, zona e seção de votação”, afirma a denúncia.

As movimentações financeiras da ONG aumentaram 1.180,39% no ano eleitoral, o que levantou suspeitas. Foram detectadas, por exemplo, transferências de R$ 201 mil para o padrasto da vereadora, supostamente para custear a campanha.


Rachadinhas e desvio de salários na Assembleia Legislativa

Outro elemento central da denúncia diz respeito à prática de rachadinha. Stênio Ferreira Santos, que integrava os quadros da Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), repassava parte do seu salário para a vereadora, caracterizando desvio de recursos públicos.


Namorado de Tatiana teria financiado campanha com dinheiro ilícito

O promotor aponta Alandilson Cardoso Passos, namorado da vereadora e suposto integrante de uma facção, como peça-chave no financiamento da campanha. Ele teria utilizado dinheiro proveniente de atividades criminosas para movimentar a estrutura eleitoral de Tatiana.

Interceptações telefônicas mostraram que ele mencionava a venda de uma Land Rover para pagar dívidas de campanha. Em uma das conversas, ele afirma: “Com a eleição de Tatiana, teria uma vereadora na câmara para ajudar”.

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