O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou o afastamento da vice-prefeita de Ribeira, Juliana Teixeira (MDB), acusada de usar aproximadamente R$ 41 mil de recursos públicos para custear um ritual de amarração amorosa. A medida foi tomada pelo juiz Yuri Barberino, da Vara Única de Apiaí, na última segunda-feira (4).
Cargo e histórico
Juliana ocupa o cargo de vice-prefeita desde janeiro de 2025, mas já atuava como secretária municipal de Saúde desde 2020. A investigação aponta que o dinheiro teria sido repassado, por meio de uma prestadora de serviços da prefeitura, à mãe de santo conhecida como Mentora Samantha. O objetivo, segundo o processo, seria realizar um ritual envolvendo o coordenador de Saúde, Lauro Olegário Filho, que também foi afastado.
Risco de interferência
Na decisão, o magistrado destacou que a manutenção dos dois gestores nos cargos poderia atrapalhar a investigação. “A permanência dos agentes públicos em suas funções representaria risco concreto e atual de reiteração delitiva”, afirmou Barberino, ressaltando ainda a necessidade de proteger testemunhas, que são servidoras da própria prefeitura.
Depoimento da mãe de santo
Durante oitiva ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), Mentora Samantha relatou que teria sido pressionada a não falar sobre o caso. Segundo ela, um suposto representante de Juliana e Olegário Filho disse para “parar de se expor”, pois “ia dar tudo certo com o pagamento” e que, se continuasse falando, “não iria receber” os R$ 41 mil.
Suposta associação criminosa
A apuração também envolve suspeitas de que a vice-prefeita e o coordenador de Saúde teriam agido juntos em outros possíveis ilícitos contra a administração municipal. O juiz citou indícios de um “modus operandi sofisticado e continuado entre 2021 e 2024”, incluindo possível direcionamento de licitações.
Denúncias e crimes investigados
O afastamento atende a um pedido cautelar do MPSP, que denunciou ambos por associação criminosa, frustração do caráter competitivo de licitação, uso de documento falso, falsidade ideológica e peculato. O mérito da ação ainda será apreciado pela Vara Única de Apiaí.