O vice-presidente nacional do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, gerou repercussão nacional ao afirmar que “ninguém enfrenta fuzil com beijinhos” ao comentar a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, em 28 de outubro. A ofensiva, considerada uma das mais letais do ano, terminou com mais de 100 mortos e reacendeu a polêmica sobre a política de segurança no estado fluminense.
POSIÇÃO DO PT E APOIO ÀS FORÇAS DE SEGURANÇA
A fala foi registrada em vídeo e divulgada nas redes sociais, sendo reproduzida pelo programa CNN 360°, em reportagem do jornalista Pedro Venceslau. Na gravação, Quaquá manifesta solidariedade aos agentes de segurança, embora reconheça que “eventuais erros” precisam ser apurados. O dirigente petista disse estar abalado com o número de mortes, mas justificou a ação como uma resposta necessária ao avanço de grupos armados que, segundo ele, impõem domínio sobre comunidades inteiras.
REAÇÕES E DIVERGÊNCIAS INTERNAS
A declaração causou incômodo em setores do próprio PT, tradicionalmente críticos a operações policiais que resultam em alto número de vítimas nas favelas. O episódio escancarou divergências dentro do partido sobre como lidar com o tema da segurança pública e o papel do Estado em áreas conflagradas. “A situação é grave. Não dá para o Estado abrir mão do controle do território”, afirmou Quaquá, ao defender que o enfrentamento ao crime precisa ser firme, ainda que acompanhado de políticas sociais.
CRÍTICAS E PEDIDOS DE INVESTIGAÇÃO
Enquanto o debate interno se acirra, entidades de direitos humanos e especialistas cobram investigação rigorosa — inclusive internacional — para verificar se todas as vítimas estavam de fato envolvidas com o tráfico de drogas.
IMPACTO POLÍTICO E ELEIÇÕES DE 2026
A fala de Quaquá ocorre em um momento delicado para o partido, às vésperas das eleições de 2026, e sinaliza uma mudança de tom no discurso do PT sobre segurança pública. A postura do vice-presidente nacional pode indicar um movimento de reaproximação com setores que defendem ações mais duras contra o crime organizado, reposicionando o debate dentro da legenda.