Horas depois de protagonizar um momento de tensão na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, ao ser intimado judicialmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reapareceu em um vídeo ao lado do pastor Silas Malafaia, visivelmente abatido e com discurso inflamado. O encontro ocorreu após Bolsonaro discutir com a oficial de Justiça responsável por entregar a notificação assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
INTIMAÇÃO CONTURBADA
A notificação, ocorrida na quarta-feira (23), gerou confusão dentro da unidade de tratamento intensivo. Bolsonaro, ao ser abordado, reagiu com hostilidade, chegou a questionar o conteúdo da ação e teve aumento de pressão arterial, o que teria provocado um chilique documentado em vídeo e amplamente compartilhado nas redes.
Mesmo hospitalizado, o ex-presidente seguia ativo nas mídias sociais, realizando transmissões ao vivo e até promovendo sorteios — como o do capacete de grafeno, na terça-feira (22). As aparições virtuais motivaram a intimação imediata, vista como necessária diante do comportamento público do investigado.
PALANQUE NA UTI
A internação virou, na prática, uma espécie de centro de operações políticas. Além da esposa, Michelle Bolsonaro, e do vereador Carlos Bolsonaro, o local foi frequentado por aliados, vídeos foram gravados e conteúdos divulgados nas redes, com ataques direcionados até mesmo ao papa Francisco, recentemente falecido, e a outras autoridades.
ATAQUES DO PÚLPITO
No vídeo gravado com Bolsonaro, Silas Malafaia assumiu o protagonismo, inflamando a base bolsonarista com acusações e provocações diretas ao ministro do STF. “O artigo 244 diz que se uma pessoa tá gravemente enferma, morte ou dentro de templo religioso, não se pode intimar. Aí vem dizer, não, mas ele tá dando entrevista”, reclamou o pastor, referindo-se à condição clínica do aliado.
E continuou: “E quem disse que ele tá obedecendo a médicos? Ele tá dando entrevista por conta dele, ele é desobediente como eu também, não aguento ficar dentro do hospital o tempo todo. Agora, isso é uma vergonha, isso é uma pressa para condenar Bolsonaro”.
O vídeo termina com Malafaia aumentando o tom: “Alexandre Moraes, eu tenho que te chamar de ditador e tenho dito que você é um cara desgraçado pelas tuas maldades e perversidades”.