Durante a reunião do G20 realizada nesta segunda-feira em Teresina, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), destacou a relação direta entre as mudanças climáticas e o aumento da fome e da desigualdade no mundo. Em seu discurso, ele enfatizou a necessidade de uma aliança global para enfrentar esses desafios, sublinhando a importância da participação dos países mais desenvolvidos.
"O presidente Lula entende que não é possível resolver o problema da fome e da pobreza sem uma aliança global, especialmente sem a participação dos países mais desenvolvidos", afirmou Dias.
Ele destacou que as nações mais ricas são responsáveis pela maior parte das emissões de CO2, que agravam o aquecimento global, levando a eventos climáticos extremos que prejudicam a produção agrícola e o desenvolvimento econômico.
"Veja que são os países mais desenvolvidos quem fazem as maiores emissões de CO2, que mais contribui para o aumento da temperatura global. E se prosseguir o aquecimento global, nós vamos ter cada vez mais situações como essa de intempéries, que causa prejuízos à própria produção, ao próprio desenvolvimento de ricos e de pobres".
Dias mencionou exemplos concretos dos efeitos das mudanças climáticas no Brasil, incluindo a situação crítica no Rio Grande do Sul e os desafios enfrentados na Amazônia, Nordeste, São Paulo e Rio de Janeiro. "Essas mudanças climáticas têm impactos em todo o mundo", alertou.
O ministro também destacou o papel dos países desenvolvidos em promover a paz e a eficiência dos organismos internacionais. Ele citou a Embrapa como exemplo de uma organização brasileira que pode contribuir com conhecimento e tecnologia para aumentar a resiliência agrícola em outros países, especialmente aqueles em desenvolvimento na América Latina, Caribe, África e outras regiões.
APOIO DOS MAIS DESENVOLVIDOS
A discussão também abordou a necessidade de apoio financeiro dos países desenvolvidos aos menos desenvolvidos, seja por meio de recursos não reembolsáveis ou empréstimos com condições favoráveis. Dias mencionou a importância de tratar o endividamento dos países mais pobres, tema já levantado pelo presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O EXEMPLO DO PIAUÍ
Dias ressaltou o exemplo do Piauí, onde o programa Fome Zero foi lançado pelo presidente Lula em 2003, quando o estado era um dos mais pobres do Brasil. "Guaribas, no Piauí, era o município mais pobre do país na época", lembrou Dias. Graças à integração de ações com o Sistema Único de Assistência Social e o Plano Brasil Sem Fome, o Brasil conseguiu, em 2014, sair do mapa da fome, reduzindo significativamente a pobreza e a insegurança alimentar.
A reunião em Teresina reuniu mais de 50 delegações internacionais e técnicos responsáveis por apresentar propostas para as próximas etapas.