Mesmo com a boa resposta à quimio, o tratamento não parou por aí. Rodrigo precisou passar por uma mastectomia bilateral, a retirada das duas mamas. A decisão foi dura, mas necessária: seu câncer tinha origem genética.
“Se eu não tirasse, ele voltaria”, afirma. O procedimento eliminou o risco de recidiva, mas também trouxe marcas físicas e emocionais. Hoje, ele faz exames a cada seis meses e espera ser considerado totalmente curado no próximo ano.
O oncologista Pedro Exman explica que, em homens, o câncer de mama costuma estar ligado à herança familiar. “São tumores associados a genes herdados, que passam de geração em geração”, detalha.
E o histórico familiar de Rodrigo não deixava dúvidas. O pai havia morrido de câncer de próstata — e a tia e a avó, de câncer de mama. “Se eu não tivesse um, teria o outro”, diz ele.
No mesmo ano do diagnóstico, a mãe também descobriu um câncer de intestino. Rodrigo enfrentou o próprio tratamento enquanto via os pais travarem batalhas semelhantes — e perderem. “Foi um período muito pesado, parecia que tudo desabava ao mesmo tempo.”