A prática de treinar em jejum ganhou popularidade ao prometer uma queima de gordura mais eficiente apenas evitando a refeição antes da atividade física. Para muitos, a lógica parece simples: sem energia disponível no momento do exercício, o corpo recorreria às reservas de gordura. No entanto, as evidências científicas não confirmam essa teoria de forma tão direta.
Uma revisão publicada na revista Clinical Nutrition ESPEN analisou 28 estudos conduzidos por pesquisadores do Irã, Reino Unido, Estados Unidos e Brasil, envolvendo ao todo 302 adultos saudáveis. Os resultados indicam que treinar em jejum não oferece vantagens metabólicas em comparação aos exercícios realizados após a alimentação, não havendo melhora significativa no uso de glicose ou gordura como fonte de energia.
Limitações e fatores individuais
Apesar das conclusões, os autores destacam que a análise não levou em conta variáveis importantes, como o tipo de refeição realizada antes do treino e o nível de condicionamento físico dos participantes. Além disso, os protocolos de exercícios utilizados nos estudos foram bastante variados, o que exige cautela na interpretação dos dados.
Especialistas ressaltam que o horário da refeição pré-treino deve respeitar a tolerância individual. O ideal é que a alimentação aconteça com antecedência suficiente para evitar desconfortos durante a atividade física, considerando que esse intervalo pode variar de pessoa para pessoa.
Entre as opções indicadas para o pré-treino estão combinações leves e equilibradas, como pão com queijo branco e geleia, banana com aveia e mel, iogurte com frutas e granola ou macarrão com molho de tomate. Já após o exercício, a recomendação é consumir alimentos que ajudem a repor o glicogênio e favoreçam a recuperação muscular, como arroz, feijão e carne magra, omelete com pão, iogurte com frutas e aveia ou shakes de whey protein com frutas.