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Metanol no corpo: o que acontece nas primeiras 12, 24 e 48 horas após beber a substância - Primeiras 12 horas: a falsa calma

Nas primeiras horas, os sintomas lembram uma ressaca comum, o que atrasa a busca por ajuda médica. - Primeiras 12 horas: a falsa calma

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Primeiras 12 horas: a falsa calma

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No início, a intoxicação por metanol engana. O paciente sente náuseas, dor abdominal, tontura e dor de cabeça — sinais que poderiam ser atribuídos a uma simples bebedeira. Mas, internamente, a enzima álcool desidrogenase já está em ação. Ela transforma o metanol primeiro em formaldeído e depois em ácido fórmico, os verdadeiros vilões do processo.

“Nas primeiras horas, ainda há metanol intacto circulando, mas a conversão já começou”, explica o médico Luis Fernando Penna, do Hospital Sírio-Libanês. O problema é que, enquanto o mal-estar parece suportável, exames de sangue já mostram alterações importantes, como queda no bicarbonato e aumento do chamado osmolar gap — sinais de que o corpo caminha para uma acidose metabólica.

Segundo o infectologista Igor Mochiutti, do Hospital Metropolitano Lapa, é nessa fase que o perigo começa a se instalar. “O metanol em si não é tão tóxico, mas seus metabólitos são devastadores. A pessoa pode achar que melhorou, mas logo começam sintomas graves, como alterações visuais e confusão mental”, diz.

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