A confusão entre etanol e metanol ocorre porque ambos disputam a mesma enzima no fígado. O etanol se transforma em compostos que o organismo consegue processar, mas o metanol gera ácido fórmico, muito mais tóxico. “O fígado, que normalmente nos protege, nesse caso fabrica o próprio veneno”, resume a hematologista Indianara Brandão, da Faculdade de Medicina do ABC.
Por isso, cada hora é decisiva. Quanto antes o tratamento começar, maiores as chances de evitar danos irreversíveis, principalmente à visão. Passadas 48 horas, o risco de sequelas permanentes é altíssimo.
O tratamento inclui antídotos como o fomepizol, que bloqueia a ação da enzima, ou até o próprio etanol, que compete na mesma via metabólica. Em casos graves, a hemodiálise é usada para remover rapidamente o metanol e seus metabólitos.