O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra seis pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa que ameaçava e planejava matar um auditor-fiscal da Receita no Ceará. Esse servidor atuava na Seção de Análise de Risco Aduaneiro da Alfândega de Fortaleza, com fiscalização também no Maranhão e no Piauí.
Durante a investigação, foi descoberto que o grupo agia de forma coordenada e violenta entre 2023 e 2024, perseguindo, ameaçando e espalhando informações falsas sobre o auditor e seus familiares.
De acordo com o MPF, os acusados possuíam uma divisão clara de funções e buscavam obter vantagens financeiras por meio de importações ilegais, incluindo fraudes como interposição de pessoas, subfaturamento e falsificação de mercadorias.
Como agia o servidor
Para desestabilizar o servidor, o grupo utilizou métodos como uso indevido de dados pessoais, ameaças de morte, depósitos suspeitos para sugerir corrupção, pressão política para transferência de setor e divulgação de notícias falsas.
Rodrigo Telles de Souza, procurador da República responsável pela denúncia, classificou as ações do grupo como de natureza "mafiosa". A perícia do celular de um dos envolvidos mostrou que as ameaças e depósitos fracionados faziam parte de uma estratégia única contra o auditor.
Segundo o MPF, a quadrilha pretendia forjar o recebimento de propina para prejudicar a reputação do servidor junto à Receita Federal.
Além disso, a investigação indicou que o grupo chegou perto de concretizar um atentado contra a vida do auditor e de seus familiares, porém o plano não avançou.