Após vinte dias da morte do adolescente Walker Cleves da Silva Santos, de 12 anos, em São Raimundo Nonato (PI), a polícia ainda segue em busca do principal suspeito do crime, Francisco Pereira da Silva, conhecido como “Cocó”. Ele está foragido desde o dia 27 de setembro, quando o menino foi vítima de uma bala perdida.
“Foram feitas algumas diligências em outros estados no sentido de localizar o autor, mas até o momento ele ainda se encontra foragido”, afirmou o delegado Henderson Bernado, titular da delegacia de SRN, ao MeioNews.
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RELEMBRE O CRIME
O caso teve início com uma discussão entre Francisco com outro homem identificado como Janiel dos Santos Marcos em uma residência. Janiel fugiu correndo e foi perseguido por Francisco, que efetuava disparos. Durante a perseguição, um dos tiros atingiu o adolescente Walker, que não resistiu aos ferimentos.
Após o crime, Janiel prestou depoimento narrando os fatos. Segundo o delegado Célio Benício, Francisco estava com a namorada quando Janiel chegou no local e estaria causando incômodo ao casal. “Ele foi repelir esse incômodo que esse sujeito estava contra si ocasionando de maneira desarrazoada, se utilizando de arma de fogo, no que veio a atingir essa criança, que não tinha nada a ver”, disse o delegado.
PASSAGENS
A polícia informou que o suspeito já responde pelos crimes de violência doméstica e falsa identidade ideológica. Ele é natural do Ceará e estaria na cidade piauiense utilizando um nome falso. Um cúmplice de Francisco foi preso no dia seguinte em flagrante por ajudar na fuga e por portar uma quantidade significativa de entorpecentes, que, segundo o delegado, estariam ligados a ambos.
VÍTIMA E HOMENAGENS
Walker, popularmente chamado de "Kevinho", foi atingido no abdômen. Ele foi socorrido por uma guarnição da Polícia Militar e levado à UPA, mas não resistiu. O Força Jovem Futebol Clube, equipe amadora de São Raimundo Nonato da qual ele era parte, fez uma homenagem.
Durante a despedida, o ritual conhecido como "gol com caixão" foi realizado por técnicos, amigos e colegas de time de Walker. O caixão foi levado ao ginásio e posicionado em frente à trave, onde os jovens chutaram a bola para simular o último gol do garoto. Após o ato simbólico, todos se abraçaram ao caixão em um momento de grande emoção e choro.
A mãe do adolescente Rosângela relatou que ele tinha o sonho de ser jogador profissional, e quando terminasse os estudos queria ser policial. Durante a entrevista, em lágrimas, os pais de Kevinho clamaram por justiça pela morte do filho. “Não tinha vergonha de dizer: ‘mãe, eu te amo’”, afirmou a mãe.