A investigação da Operação Gabinete de Ouro, que apura suspeitas de corrupção, peculato, desvios em contratos e lavagem de dinheiro na Prefeitura de Teresina, avança para sua fase conclusiva. Os laudos periciais das extrações de dados feitas em equipamentos apreendidos devem ser liberados na próxima semana, etapa considerada decisiva para o fechamento do inquérito.
Fontes ligadas ao caso confirmam que o delegado responsável já iniciou a devolução dos aparelhos apreendidos, sinal de que o processo de captura, espelhamento e análise inicial de dados foi concluído. Até o momento, porém, nenhum laudo foi disponibilizado às defesas.
Últimos depoimentos antes do relatório final
Com a chegada dos laudos, o delegado pretende realizar as últimas oitivas, com reperguntas destinadas a eliminar dúvidas residuais e consolidar o relatório final. Algumas pessoas já foram intimadas para essa fase complementar.
Prorrogação final de 30 dias
O inquérito recebeu prorrogação de 30 dias, já concedida pela Justiça. A expectativa é que não haverá novo pedido, e que esta fase será encerrada dentro do prazo.
Delegado divide investigação em “núcleos”
Diante da amplitude das irregularidades e do grande volume de provas, o delegado decidiu dividir a investigação em blocos temáticos, chamados de núcleos:
• Gabinete de Ouro — núcleo atual, prestes a ser concluído;
• “Lixo de Ouro” — voltado ao setor de resíduos;
• Eturb de Ouro — envolvendo contratos e práticas ligadas à ETURB;
• Educação de Prata — que recebeu recentemente material compartilhado pela Polícia Federal.
A previsão é de que ainda há longa investigação pela frente, com múltiplas frentes simultâneas. Pelo menos um vereador já foi ouvido nesta etapa.
Nova informação: “Dona da Educação” deve ser alvo nos próximos dias
Entre os braços que se expandem a partir do núcleo da Educação, uma figura ganha destaque: uma pessoa do núcleo íntimo do ex-prefeito, conhecida nos bastidores como a “dona” da Educação, e que, segundo fontes, deve se tornar alvo da operação nos próximos dias.
Essa pessoa teria exercido forte influência sobre contratos, nomeações e estruturas internas da pasta, o que a coloca no centro da nova fase investigativa.
PF aprofunda investigação paralela
A Polícia Federal também atua paralelamente, especialmente na área da educação e nos contratos de terceirização. A PF dividiu sua apuração em dois inquéritos:
1. Um dedicado exclusivamente a uma empresa terceirizada;
2. Outro abrangendo três empresas adicionais.
Instaurado em outubro de 2023, o inquérito federal inclui documentos desde 2019, e revela que apenas três das empresas investigadas receberam quase R$ 700 milhões em pagamentos no período. Não há dados disponíveis sobre a quarta empresa, que, segundo análises internas, deve movimentar ainda mais recursos.