Nesta segunda-feira (6), completa-se um ano do assassinato de Kassandra de Sousa Oliveira, de 36 anos, e Marly Ribeiro da Silva, de 40, ocorrido na BR-316, na zona Sul de Teresina (PI). Os acusados são o influenciador “Lokinho” e o ex-namorado dele, Stanlley Gabryell. Ambos ainda não foram julgados e seguem em liberdade.
Um ano da maior tragédia de nossas vidas. Um ano de luto por nossas meninas. Um ano lutando pela recuperação da Maria Suely, mas também, um ano de pouco caso com as vítimas. Um ano de deboches com as famílias, com a sociedade e com a justiça, desabafou Marinalva, parente de Maria Suely, nas redes sociais.
O QUE ACONTECEU?
Era noite do dia 6 de outubro de 2024. Segundo o Ministério Público, Stanlley dirigia o carro de “Lokinho” em alta velocidade e sem habilitação. Ele teria mudado de faixa de forma brusca, supostamente para assustar pedestres, e acabou atropelando Kassandra e Marly, e deixou duas crianças gravemente feridas.
O Ministério Público afirmou que Stanlley assumiu o risco de matar e ferir, o que caracteriza dolo eventual. Pedro Lopes foi acusado de cumplicidade por permitir que ele dirigisse sem habilitação.
O caso foi remetido ao Tribunal do Júri para julgamento pelos crimes de homicídio doloso consumado e lesão corporal grave. “Lokinho” nunca foi preso pelo acidente; enquanto Stanlley, ficou 5 meses detido. Na época da tragédia, um mecânico foi morto durante um tumulto contra os acusados.
Com todo esse acontecimento grave com tantas vítimas diretas e indiretamente aqui estamos há um ano ainda gritando por justiça com se isso fosse um favor. Sem contar que no decorrer desse tempo tivemos reviravoltas no caso, tentaram incriminar nossas meninas como se elas que tiveram a intenção de morrer e o pior de tudo foi ouvir que: a conduta não condiz com o resultado [...] esse resultado não importa??? essas vidas não têm valor???, questiona Marinalva.
JULGAMENTO
Em março de 2025, a Justiça desclassificou a acusação de homicídio doloso para homicídio culposo. Ou seja: entendeu que não há provas suficientes para afirmar que os acusados tinham intenção ou aceitavam o risco de provocar as mortes.
Logo depois, o Ministério Público do Piauí recorreu dessa decisão, alegando que há indícios de dolo eventual - os réus teriam assumido o risco de causar o resultado.