O influenciador Pedro Lopes Lima Neto, conhecido como Lokinho, e Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa irão a julgamento no Tribunal do Júri, acusados de homicídio doloso consumado e lesão corporal grave. Os dois respondem pelo atropelamento de quatro pessoas às margens da BR-316, em Teresina, que resultou na morte de duas mulheres e deixou outras duas vítimas feridas.
NOVA DECISÃO
Diante das circunstâncias, o Ministério Público do Piauí (MP-PI) denunciou os acusados por homicídio doloso, sustentando a hipótese de dolo eventual — quando o agente assume o risco de matar. Contudo, a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, reclassificou a denúncia para homicídio culposo, em que não há intenção de matar.
O MP recorreu da decisão, argumentando que havia indícios suficientes de dolo e que caberia ao Conselho de Sentença avaliar a questão. O recurso foi analisado pelo desembargador José Vidal de Freitas Filho, da 2ª Câmara Especializada Criminal do TJ-PI, que acatou os argumentos do órgão.
Havendo prova da materialidade e indícios de autoria, deve-se admitir a acusação do MP e submeter os réus ao julgamento pelo Tribunal do Júri, responsável por analisar a ocorrência do dolo eventual e as demais teses defensivas, diz um trecho da decisão, publicada nesta terça-feira (19).
A data do julgamento ainda será definida.
RELEMBRE O CASO
O caso aconteceu quando Stanlley Gabryell, que conduzia o veículo em que Lokinho estava como passageiro, realizou uma manobra brusca de mudança de faixa, atingindo as pessoas que caminhavam pelo acostamento. Duas delas não resistiram aos ferimentos. No dia do acidente, Stanlley foi preso em flagrante e, posteriormente, teve a prisão convertida em preventiva.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) concluiu o inquérito dias depois. O inspetor Isaías Segundo explicou que a perícia confirmou a manobra irregular do motorista, sem qualquer motivo que justificasse a ação.