Exclusivo “Eu não aguento”, disse caminhoneiro antes de ser morto em troca de tiros entre PM e assaltantes

O crime aconteceu na zona Sul de Teresina. Francisco descarrega o seu caminhão, quando policiais militares, que perseguiam assaltantes, trocaram tiros com os suspeitos.

Francisco Pereira da Silva Neto | Foto: Imagem obtida pelo MeioNews
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"Eu não aguento", disse o caminhoneiro Francisco Pereira da Silva Neto à enfermeira que o socorreu antes de morrer, após uma troca de tiros entre policiais militares e assaltantes, no dia 11 de novembro de 2024, no bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina. Passados cinco meses, o crime segue sem um culpado. Em busca de respostas, a família procurou o MeioNews, compartilhou os detalhes do caso e reforçou o apelo por justiça.

A dor é grande. Eu não consegui ter nenhuma despedida do meu marido, eu não cheguei a tempo lá [...] já estava inconsciente. No vídeo que a enfermeira mostrou para gente, ele só falou assim: ‘Eu não aguento’ [...] aí ela colocou um o bicho no dedo dele, que é de medir a saturação, e ela falou assim: ‘ele já tá ficando sem ar. Ele vai ficar sem conseguir falar’. Não conseguimos chegar lá rápido, disse dona Iraildes de Paiva.

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O QUE ACONTECEU?

  • Francisco descarrega o seu caminhão depois de um longo dia de trabalho - fazia frete, quando policiais militares, que perseguiam assaltantes, trocaram tiros com os suspeitos;
  • Uma câmera de monitoramento mostra o momento em que o caminhoneiro cai de joelhos, alvejado;
  • Três policiais chegaram a ser presos na época;
  • A reconstituição do crime nunca foi realizada.

Francisco Neto, morto em Teresina | FOTO: Reprodução

RECONSTITUIÇÃO DO CRIME

Cinco meses se passaram, e ainda não há um culpado pela morte de Francisco Neto. O coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado “Baretta”, explicou que pediu a reconstituição dos fatos em dezembro (um mês após o crime), mas ainda não teve o resultado.  

Além disso, Baretta mencionou que, a defesa dos policiais apresentou a presença de um vigilante na troca de tiros entre os PMs e os assaltantes. 

Foi colhida a informação, inclusive, pela defesa, de que uma outra pessoa estava lá na cena do crime. Um vigilante que também efetuou disparos lá na durante esse ato. [...] Existe essa informação levantada pela defesa e colhida no curso da da investigação e, portanto, nós não podemos deixar rechaçar a reconstituição.

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