A Justiça condenou o ex-policial militar Max Kellysson Marques Marreiros a 7 anos e 6 meses de prisão pela morte do técnico em radiologia Rudson Vieira Batista da Silva. O crime aconteceu em 2019, em um bar na zona Norte de Teresina.
O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (10), seis anos depois do caso, no Tribunal Popular do Júri. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Piauí (MPPI), Rudson estava no Bar do Gil, no bairro Buenos Aires, junto com amigos, na noite de 1º de dezembro. Na ocasião, Max estaria incomodando mulheres do local, oferecendo bebidas de forma insistente.
Rudson, que tinha 33 anos, pediu para que o ex-policial parasse. Os dois discutiram e Max atirou contra ele. A vítima foi levada para o hospital e ficou internada por cinco dias, mas não resistiu. Segundo a família, ainda consciente, mesmo muito fraco, Rudson pediu justiça.
“É uma dor que nunca passa”
A irmã dele, Sâmia Vieira, contou que os seis anos de espera foram marcados por muito sofrimento. Familiares e amigos de Rudson foram ao Fórum de Teresina com cartazes, faixas e camisetas em busca de justiça.
“É uma dor que nunca passa. Meus pais nunca se recuperaram. Ele era o caçula, sempre ajudava em tudo dentro de casa. Até hoje sentimos a falta dele”, disse Sâmia. “Não queremos vingança, queremos justiça. Foi isso que meu irmão pediu antes de morrer.”
Uma perda que mudou tudo na família
Rudson era visto como uma pessoa calma, religiosa e querida por todos. Trabalhava em dois hospitais e ajudava a mãe, o pai e uma tia idosa nas tarefas do dia a dia.
“Ele levava minha mãe e minha tia ao médico, resolvia tudo. Sempre disposto a ajudar. A gente perdeu um irmão, e a sociedade perdeu um grande profissional”, afirmou Sâmia.
Ela disse que os cinco dias de internação foram os mais difíceis: “A gente esperava uma melhora que não veio. Foram dias de desespero. Nunca vamos esquecer.”
Histórico do acusado
Max Kellysson já havia sido expulso da Polícia Militar. Depois do caso de Rudson, ele também tentou matar uma vizinha, crime pelo qual foi condenado a 12 anos. No ano passado, acabou preso novamente dentro de um supermercado.