Após a prisão temporária de Ramon no dia 30 de maio, novos depoimentos revelaram conflitos na relação entre ele e a mãe da adolescente, Marisa Rodrigues. Segundo o delegado, o casal enfrentava desentendimentos e chegou a cogitar um rompimento, impedido por questões financeiras, como a casa recém-construída onde viviam.
“Antes desse conflito, o casal resolveu ter um filho como forma de abrandar a tensão. Mas, com a notícia da gravidez da Maria Victória, a Marisa decidiu interromper esse plano de forma unilateral, o que desagradou o Ramon. A ciência da gravidez ocorreu apenas em março, quando o crime foi cometido”, explicou João Ênio.
Outro ponto relevante levantado durante os depoimentos foi o descontentamento de Ramon com o ex-namorado de Maria Victória, pai do bebê que ela esperava.
“Conforme o próprio Ramon e amigas da vítima relataram, ele demonstrava forte descontentamento com esse relacionamento. Ele dizia que o rapaz mexia com ‘coisas erradas’ e não aceitava a aproximação. Chegou até a proibir esse contato. Demonstrava preocupação com a possibilidade do ex-namorado morar na casa que ele havia construído”, disse o delegado.
Pelos elementos levantados até agora, a Polícia Civil autuou Ramon Silva Gomes por homicídio qualificado, com as qualificadoras de feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, e também por aborto sem consentimento da gestante, uma vez que Maria Victória estava grávida de cinco meses e o bebê morreu junto com ela.