Um dos suspeitos de envolvimento no atentado a tiros contra a residência de um policial militar da reserva, ocorrido no bairro Torquato Neto, na zona Sul de Teresina, foi preso durante a Operação Retomada, deflagrada nesta terça-feira (6) pela Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). A ação integra o programa Pacto pela Ordem e busca desarticular núcleos de facções criminosas atuantes na região.
O ataque a tiros
Na noite do dia 15 de março, um policial militar recém-chegado ao bairro foi surpreendido por disparos de arma de fogo em frente ao seu apartamento.
Segundo a Polícia Militar, membros de uma facção identificaram que se tratava de um agente da segurança pública e decidiram intimidá-lo. Populares relataram que os tiros atingiram o imóvel, mas as equipes não encontraram marcas de disparos nas paredes.
“Não foi uma tentativa de execução. Eles atiraram para o alto, como forma de aviso. Isso acontece quando um morador novo chega e eles descobrem que é policial”, explicou o subtenente Renato, do 17º Batalhão da Polícia Militar.
Preso durante operação
Maguinho foi encontrado pela polícia em um apartamento no bairro Torquato Neto durante o cumprimento de 144 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão.
“Vocês ameaçaram um policial militar. Então nós viemos demonstrar o tamanho da família da Segurança Pública. Não iremos admitir situações como essa. Aqui é o primeiro passo de uma série de ações que serão deflagradas no contexto do Pacto pela Ordem, para retomar esse espaço e devolver para os seus legítimos proprietários”, disse o delegado Charles Pessoa.
Em diálogo gravado com o delegado, Maguinho relatou que invadiu uma propriedade privada e passou a morar no local após sofrer ameaças de morte.
“Porque tentaram matar a gente lá, não sei por qual motivo, porque eu nunca matei ninguém”, disse o suspeito ao delegado. Questionado sobre o tempo em que estava no imóvel, ele respondeu que já morava ali há nove meses.
Durante a abordagem, o delegado Charles Pessoa disse que a segurança continuará atuante no combate ao crime. “Hoje nós estamos aqui para cumprir essa determinação da Secretaria de Segurança Pública e devolver para os seus legítimos donos essas propriedades, esses imóveis que foram invadidos por vocês, que integram a criminalidade organizada. Nós não iremos aceitar mais situações como essa”.
Outros crimes investigados
Além do ataque ao policial, a operação também foi motivada por outros episódios de violência na região, como:
• a invasão de imóveis com expulsão de moradores;
• a utilização desses apartamentos como depósitos de drogas e esconderijos;
• o roubo de gado para um churrasco comemorativo promovido pela facção;
• a execução de Bartolomeu Gabriel Oliveira Gomes, o “Barto”, integrante de um grupo rival, que foi sequestrado, torturado e morto após ser identificado por “raio-x”.
apoio
A Operação Retomada contou com apoio da Diretoria de Inteligência da SSP, da Polícia Civil, da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP), da Guarda Civil Municipal de Teresina, do Batalhão de Operações Aéreas (BOPAER), além de diversas unidades da Polícia Militar, como o BEPI, o BOPE e o Comando de Policiamento Especializado (CPE).