Base aliada aponta que crise no RJ pode custar vaga no STF para Flávio Dino

Os parlamentares dizem que Lula está descontente com os planos e promessas não cumpridas do secretário-executivo de Dino, Ricardo Cappelli

Flávio Dino ao lado de Lula | Sérgio Lima/AFP
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Aliados e interlocutores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que o ânimo do presidente em relação à possível nomeação de Flávio Dino (PSB-MA) para o Supremo Tribunal Federal (STF) diminuiu consideravelmente nos últimos dias. A razão para essa mudança de perspectiva está relacionada ao fato de Lula ter decretado uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em resposta ao aumento da criminalidade no Rio de Janeiro, algo que ele não desejava.

Lula, juntamente com outros líderes petistas, está desapontado com o ministro da Justiça, pois não queria recorrer à GLO. No entanto, segundo relatos, o ministro da Justiça e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, explicaram ao presidente que a PF não possuía estrutura e pessoal suficientes para reforçar o patrulhamento em áreas críticas.

Mesmo diante da lentidão em algumas operações e perícias devido à "greve branca" da PF, Lula aceitou a GLO, referida como "GLO restrita" ou "GLO diferente". A operação envolve o reforço da Marinha na Baía de Guanabara, Baía de Sepetiba, Porto de Santos e Lago de Itaipu. A Aeronáutica, juntamente com a PF e a Receita, atuará nos aeroportos e nas fronteiras, especialmente nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Apesar de afirmar que a GLO visa "definitivamente tirar o poder do crime organizado", Lula expressou sua contrariedade a auxiliares próximos. Ele avalia que decretar a GLO deveria ser responsabilidade do governo estadual, liderado por Cláudio Castro, do PL de Jair Bolsonaro. No entanto, a escalada da violência no Rio e os pedidos de ajuda de Castro forçaram a ação do governo federal.

O descontentamento do presidente também é alimentado pela percepção de que o secretário-executivo de Dino, Ricardo Cappelli, teria feito planos e promessas não cumpridas, buscando um protagonismo para substituir o ministro da Justiça em uma eventual nomeação para o STF.

Nesse contexto, Lula reafirma sua intenção de nomear em breve o novo ministro do tribunal e o próximo procurador-geral da República, deixando em aberto as especulações sobre os possíveis indicados.

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