A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegações finais em que afirma que ele não tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e que sempre atuou em defesa da democracia. O documento, com quase 200 páginas, responde às acusações de participação em um plano para dar um golpe de Estado.
“interpretações distorcidas"
Segundo os advogados, não existem provas de que Bolsonaro tenha atentado contra os poderes constitucionais ou instigado terceiros a fazê-lo. Eles classificam a denúncia como baseada em “interpretações distorcidas e ilações” sobre atos e falas fora de contexto.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de ter sido líder da organização criminosa responsável pela tentativa de golpe e de se beneficiar do plano caso ele tivesse sido bem-sucedido. A defesa rebate, pede absolvição e afirma que não há indícios de que ele tivesse conhecimento ou participação em qualquer ação relacionada aos atos do dia 8 de janeiro.
O documento também contesta alegações sobre supostos decretos golpistas, chamadas de “minutas”, afirmando que não há registros de que tenham sido assinados ou executados. A defesa critica ainda a cobertura da imprensa, que considera antecipada e parcial, e questiona a validade de provas obtidas a partir da delação de Mauro Cid, alegando cerceamento de defesa.
Bolsonaro permanece em prisão domiciliar, decisão do STF tomada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. O julgamento no plenário deve ocorrer nas próximas semanas.