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Saiba o que acontece com o órgão após 24 horas, 7 dias ou 30 dias sem álcool - 30 dias sem álcool

Médicos alertam que não há dose segura e que o risco de dano começa no primeiro gole; entenda as transformações que o corpo começa a viver quando o consumo de álcool é interrompido - 30 dias sem álcool

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30 dias sem álcool

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Em apenas um mês de abstinência, é possível observar quedas significativas nas enzimas do fígado, que retornam a níveis normais. A maioria dos indivíduos também apresenta melhora na inflamação metabólica e na esteatose, com o metabolismo da glicose voltando ao normal. Além disso, a pressão arterial tende a se estabilizar, o padrão do sono melhora de forma evidente e os exames de elastografia indicam resultados ainda mais positivos.

Enquanto isso, o fígado já consegue eliminar o excesso de gorduras que se acumulou quando o indivíduo bebia muito por bastante tempo, a famosa esteatose hepática.

Essa capacidade de regeneração do fígado é notável, mas possui limites. Em 30 dias, há redução do risco imediato de progressão, especialmente se havia consumo elevado, mas o benefício maior depende da manutenção da abstinência em longo prazo.

Pessoas com cirrose ou hepatite alcoólica geralmente tem um risco genético, mas se uma pessoa não tiver nenhum parente com o problema, não quer dizer que ela esteja protegida. Quando o indivíduo para de beber, sempre há benefício, independentemente da gravidade da doença no fígado, mas existe o ponto de não retorno, principalmente em casos de cirrose já muito avançada, já com água na barriga. Nesses casos, a recuperação do fígado pode não ser completa e o indivíduo, mesmo parando de beber, pode precisar de transplante de fígado. Mas nestes casos, parar de beber pode até viabilizar o transplante, destacou Filho.

O médico explica que, quanto mais tempo sem álcool, mais tempo existe para o fígado se regenerar e os benefícios serão cada vez maiores.

“Um mês sem álcool é muito benéfico. A pessoa se lembra de como era a vida sem beber muito e pode optar por continuar sem beber. Quanto mais cedo conseguir parar de beber, melhor, porque existe o ponto de não retorno. E mesmo nos casos mais graves há benefício”, disse Filho.

As diretrizes de saúde pelo mundo recomendam vários dias na semana sem beber. Os franceses exigem pelo menos dois dias sem beber. Os canadenses estabelecem como ingestão de baixo risco beber apenas duas doses por semana.

Mesmo doses baixas de álcool aumentam o risco de câncer de mama, câncer de cavidade oral, de boca e de laringe, por exemplo.

“É claro que o indivíduo que bebe mais apenas nas festas de fim de ano e no carnaval tende a ter menos problemas de saúde do que aquele que bebe o tempo inteiro e mais ainda no fim de ano e no carnaval. Períodos sem álcool são bem-vindos, mas o ideal é a gente não precisar desses períodos, porque isso pressupõe uma fase anterior em que se abusou da bebida”, afirmou Filho.

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