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Unhas em gel: entenda tudo o que muda com a nova proibição da Anvisa - O que motivou a proibição

Após agência vetar substâncias usadas na fotopolimerização do gel, especialistas explicam riscos, impactos para profissionais e cuidados essenciais - O que motivou a proibição

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O que motivou a proibição

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A decisão da Anvisa de vetar produtos com TPO e DMPT em esmaltes em gel reacendeu debates entre profissionais e consumidores que utilizam essa técnica com frequência. Publicada no fim de outubro, a norma brasileira segue diretrizes da União Europeia e busca prevenir riscos ainda pouco conhecidos. Embora a mudança gere apreensão inicial, especialistas reforçam que não há motivo para pânico imediato. O essencial, afirmam, é atenção redobrada na escolha dos produtos usados nos salões.

As substâncias proibidas, apesar de muito presentes nas formulações antigas, já vinham sendo questionadas por pesquisas internacionais. O TPO, ou óxido de difenilfosfina, e o DMPT, também chamado de dimetiltolilamina, foram classificados na Europa como compostos da categoria CMR 1B. Essa classificação engloba agentes suspeitos de causarem câncer, mutações celulares ou prejuízos à fertilidade humana.

Segundo a dermatologista Mariana Hafner, do Einstein, o TPO é considerado tóxico para a reprodução, enquanto o DMPT aparece como potencial carcinogênico. Essa avaliação, entretanto, foi baseada em estudos realizados apenas em animais. Até o momento, não há comprovação científica robusta de que o mesmo efeito aconteça em seres humanos expostos em doses menores.

Hafner explica que os experimentos conduzidos em roedores utilizaram quantidades significativamente maiores das substâncias do que aquelas encontradas nas rotinas de esmaltação. Além disso, o período de exposição foi contínuo e prolongado, o que não corresponde à realidade dos consumidores. Mesmo assim, argumentos de precaução pesaram para que a Anvisa se adiantasse diante de riscos potenciais.

A agência, portanto, adotou uma postura preventiva, entendendo que proteger o público de possíveis efeitos cumulativos é mais seguro do que aguardar novas evidências. A proibição também fortalece a busca por fórmulas mais seguras, incentivando a indústria a investir em composições de menor impacto à saúde.

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