Buchada de Bode
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No Piauí, o consumo de ovinos é expressivo, seja na tradicional buxada, feita com vísceras, ou no churrasco de carne. Do bode e do carneiro, tudo é aproveitado, inclusive o couro, amplamente utilizado na curtume. A criação desses animais está intimamente ligada ao processo de exploração do estado, marcado pela presença de grandes fazendas.
Em todo o Nordeste, a buchada é feita com as entranhas — rins, fígado e vísceras — do bode, lavadas, fervidas, cortadas, temperadas e cozidas em bolsas (de cerca de 8 cm de diâmetro) feitas com o próprio estômago do animal.
No Nordeste, mais rigorosamente, a buchada leva apenas as chamadas vísceras brancas. As tripas e as outras partes do estômago que não foram utilizadas para fazer as bolsas compõem um prato diferente: o sarapatel, que usa vísceras vermelhas, como o coração, rins, pulmões, fígado e o baço.
O termo “buchada de bode” é uma invenção das regiões Sul e Sudeste, pois no Nordeste, o lar dessa iguaria, diz-se simplesmente “buchada”. Entretanto, não é raro encontrar a buchada feita com vísceras de carneiro ou mesmo de boi. Além disso, é mais comum ver a buchada recheada com vísceras vermelhas no Sul e Sudeste do que no Norte e Nordeste do Brasil.
1 bode inteiro, aproveitando:
vísceras brancas (estômago, intestino, rins, fígado, tripas)
carne (opcional, se desejar mais sabor)
Sal a gosto
Pimenta-do-reino a gosto
Alho picado ou amassado (2–3 dentes)
Cebola picada (1 média)
Cheiro-verde picado (salsa e cebolinha)
Colorau ou pimentão doce (opcional, para cor)
Louro (1 folha)
Água ou caldo de carne suficiente para cozinhar
As bolsas são feitas com o próprio estômago do bode e recheadas com as vísceras limpas e temperadas.
O pré-preparo das vísceras: limpeza completa e escaldamento rápido para tirar cheiro forte e amargor.
A buchada é cozida lentamente, permitindo que os tempos do tempero e das vísceras se integrem.
Pode ser acompanhada de arroz branco ou servida sozinha como prato principal.