Apoliana Oliveira

Xeque-mate! O Cidadania já sabe como aniquilar a influência do PSDB na composição majoritária em Teresina, para 2024. A direção municipal do partido vai trabalhar para filiar o prefeito Dr. Pessoa, hoje no Republicanos, para concorrer à reeleição. Assim, os tucanos teriam reduzidas quase a zero a possibilidade de lançar candidatura no próximo ano.

E tudo está previsto no estatuto da Federação PSDB/Cidadania, que no seu Artigo 35 diz: "O partido político federado que possuir como filiado o detentor de cargo majoritário municipal tem preferência para indicar seu sucessor". Ou seja, como Dr. Pessoa vai para a reeleição, tem a preferência em relação aos tucanos.

"Assim, iremos resolver os problemas deles [tucanos] que não conseguem se decidir sobre o candidato", ironiza uma fonte do Palácio da Cidade, em conversa com a coluna.

No diálogo que teve por telefone com o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, o prefeito Dr. Pessoa foi convidado para uma audiência em Brasília. A agenda ainda não foi marcada, mas deve ocorrer após as comemorações do aniversário de 171 anos de Teresina.

Até aqui, o comando estadual do PSDB mantém a tese de candidatura própria na capital. O pré-candidato lançado pela sigla é o presidente do diretório no Piauí, o ex-deputado estadual Luciano Nunes. Ontem, à coluna, ele afirmou que, em razão da federação, a aliança política do Cidadania não aconteceria na prática. Mas a filiação do prefeito mudaria tudo.

O PSDB divulgou na tarde desta quarta-feira (02/08) uma nota, em que descarta qualquer possibilidade de compor com o governo Lula. Mais cedo, foi divulgado que o Planalto estaria disposto a oferecer uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal ao partido, que hoje compõe federação com o Cidadania, a fim de ampliar a sua base no Congresso Nacional.

"O PSDB não fará parte do atual governo federal comandado pelo PT, em cargo nenhum e sob nenhum pretexto. Respeitamos o presidente Lula. Ele é o presidente do Brasil, foi eleito pelos brasileiros, e temos o dever de ter com o atual governo uma relação institucional em defesa da população brasileira e do Brasil. Assim continuaremos. Sempre", diz o trecho inicial da nota.

Na mesma publicação, os tucanos avaliam que o "PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional" e lembram que o partido foi contra o Plano Real. "Nossa oposição, hoje, não é ao Brasil, e o presidente Lula poderá contar com o PSDB quando o melhor para o país estiver em jogo", segue o comunicado do partido que é presidido por Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.

Mesmo reforçando a oposição a Lula, o partido se compromete com o debate da reforma tributária, que tramita no Senado Federal. Mas diz que o trabalho será para "corrigir e aperfeiçoar os projetos que o governo apresentar", ao dizer que o texto "só parou em pé após a atuação firme dos governadores".

A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffman, sinalizou a membros da cúpula da sigla no Piauí que o diretório nacional petista será a instância decisiva na escolha dos candidatos a prefeito nas capitais pelo país.

E disse mais! A voz de Rafael Fonteles será ouvida para a tomada desta decisão. Para Gleisi, o governador do Piauí não pode ser ignorado, considerando sua boa avaliação na capital.

Se for levada adiante, a sinalização é clara: a decisão do diretório petista pode ser revista, caso o candidato escolhido pelos membros da instância municipal não tenha competitividade, como quer o PT nacional.

A previsão do PT em Teresina é definir o candidato a prefeito até o final de agosto. Fábio Novo (PT), com a retaguarda do Palácio de Karnak, conseguiu “virar voto” e hoje tem a maioria no diretório municipal. Mas um movimento de aliados de Franzé Silva - como Cícero Magalhães e Deolindo Moura - tenta mudar membros de correntes na instância partidária para reverter a situação.

Acontece que, para o PT nacional, o que vale é a competitividade do nome escolhido. A avaliação é de que, com um bom momento para o governo Lula, o partido terá uma chance ímpar de ampliar as suas bases nos estados, começando pelas capitais.

A vereadora Thanandra Sarapatinhas (Patriota) comentou, em entrevista à imprensa nesta terça-feira (01/08), que tem sofrido reiterados ataques nas redes sociais. Desta vez, com publicações tratando seu relacionamento com o deputado estadual Jeová Alencar (Republicanos). Ela se refere a páginas no Instagram e a perfis fakes nas redes sociais e alega ser vítima de perseguição pelo seu trabalho como parlamentar.

“Luto por uma causa que muitos não estão nem aí, que acham que é inútil e não tem relevância”, afirma Thanandra, elencando ações por ela já executadas, como a implementação de leis em defesa dos animais, e a luta pelo hospital público veterinário de Teresina e a aquisição de um castramóvel, efetivada pelo governo do Estado. Diante dos ataques, a vereadora acaba se envolvendo em discussões com internautas e, muitas das vezes, perde a paciência.

“Todo mundo sabe que sou temperamental, não consigo fingir ser uma pessoa que não sou. É fácil julgar em rede social, mas ninguém sabe o que eu passo (...). Todo mundo xinga. Agora, eu não sou obrigada a receber ataques e ter sangue de barata e ficar simplesmente calada”, diz Thanandra.

Aos jornalistas, falou ainda sobre posts específicos com comentários em torno da sua relação com o deputado Jeová Alencar, que é também superintendente da Saad Sul. 

“Todo mundo sabe da minha situação com o Jeová, que eu estou namorando, que a gente está resolvendo nossa situação. Ficam tentando afastar a gente, botar fogo, gasolina, pra destruir. Só que a gente usa esse fogo para aquecer ainda mais a gente”, afirma a parlamentar, dizendo ainda que irá acionar a Justiça para responsabilizar os autores das publicações caluniosas.

O senador Marcelo Castro (MDB) está internado no Hospital de Terapia Intensiva, na zona Sul de Teresina (PI), após ser submetido a uma cirurgia para remoção do apêndice. Ele passa bem e deve receber alta amanhã, quarta-feira (02/08).

A coluna conversou por telefone com o filho do senador, o deputado federal Castro Neto (PSD). Ele informou que Marcelo estava em casa, aqui em Teresina, quando sentiu fortes dores na região do abdômen. 

Foi então levado às pressas para o hospital, onde foi constatado o quadro de apendicite, caracterizado pela inflamação do apêndice. "Ele é forte, está tudo bem", afirmou o deputado. 

Marcelo estava cumprindo agenda no Piauí em razão do recesso parlamentar no Congresso, e retornaria à Brasília nesta semana. Hoje, o Senado Federal retoma as sessões deliberativas, com pautas importantes a serem discutidas na Casa, como o texto da reforma tributária. 

Enquanto disputa com Fábio Novo o posto de pré-candidato do Partido dos Trabalhadores à prefeitura de Teresina, o deputado estadual Franzé Silva não perde a oportunidade de fazer críticas ao prefeito Dr. Pessoa (Republicanos).

"Enquanto Teresina sofre, o prefeito dança", escreveu o petista nas redes sociais, na manhã desta segunda-feira (31/07). O presidente da Alepi faz referência a um vídeo do prefeito que viralizou no fim de semana, em que Pessoa aparece dançando em um evento comemorativo.

"De minha parte, prefiro apontar soluções para os problemas da cidade e necessidades da população. É isso que um gestor de verdade deve fazer!", completa Franzé.

DECISÃO DO PT

Até o fim do mês de agosto o partido vai decidir seu pré-candidato. A escolha será feita no voto, entre os diretório municipal petista. Também serão levados em conta critérios preestabelecidos como viabilidade eleitoral, com base em pesquisas de intenção de voto, e o apoio de líderes partidários.

Fábio conta hoje com a maioria no diretório. Mas correntes ligadas a Franzé tentam mudar seus integrantes a fim de reverter a situação. “Não existem duas atas, não existe o que o Fábio diz, o que o Franzé diz. Eu fui presidente do partido, e estou bem cercado da minha assessoria jurídica. Existe um diretório que foi constituído. E a partir do dia 10 de abril [passado], segundo uma resolução nacional do PT, não pode haver mudança dos membros do diretório”, assegura Novo, que deixa claro a possibilidade de levar a questão para a esfera judicial.

Até o fim desta semana, o governo Lula deve consolidar a entrada de Progressistas e Republicanos na Esplanada dos Ministérios. Ao G1, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou que as pastas para cada partido ainda não estão definidas.

O Progressistas do deputado federal Arthur Lira, presidente da Câmara, e do senador Ciro Nogueira, quer a indicação de um ministério e também do comando da Caixa Econômica Federal. O nome mais forte para a instituição financeira é o da piauiense Margarete Coelho. E é justamente pela Caixa que as mudanças devem começar.

Já o Republicanos será representado no ministério por Sílvio Costa. Até o momento, o mais provável é que o partido fique com a pasta dos Esportes.

O sucesso da "reforma" pode garantir ao Palácio do Planalto 350 dos 513 votos do Plenário da Câmara. E a agenda de votações do segundo semestre no Congresso já será acertada em uma reunião com a presença de Lira, Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Pré-candidato a prefeito de Parnaíba, o deputado federal Florentino Neto (PT) avalia que não é possível, “ainda”, a unificação da base aliada do governo do estado no município. Na cidade, além do PT, há pré-candidaturas postas pelo Solidariedade, PSD e MBD. 

E é justamente contra o deputado estadual, Dr. Hélio (MDB), que Florentino trava o principal embate. O emedebista acredita que garantindo sua viabilidade, pode sim conquistar o apoio de Rafael Fonteles (PT) e ser o candidato da base no próximo ano.

“Eu não vejo como unir, ainda”, diz Florentino, lembrando que a busca por esse entendimento pode acontecer até mesmo na véspera da convenção.

Mas ele não descarta essa união. “Temos mais de um ano, nós sempre fomos unidos, em um objetivo comum, que é esse projeto de desenvolvimento de Parnaíba e do Piauí. E eu acredito que as forças vão convergindo e vai chegar a um consenso”, avalia.

Mesmo com o reiterado desejo dos líderes de unificar a base nas eleições municipais, são muitos os casos em que os partidos aliados a Rafael Fonteles (PT) irão se enfrentar nas urnas no próximo ano, tanto na capital Teresina, como no interior. E com a aprovação na casa dos 70%, o governador do Piauí tende a ser o maior “eleitor” de todos. Logo, seu apoio será alvo da cobiça dos candidatos.

Por um lado, há o interesse de Rafael e do PT em aumentar o número de prefeitos no Piauí. Do outro, estão partidos como MDB, PSD e Solidariedade, que são importantes para Rafael na sucessão em 2026.

E nesta equação, o governador Rafael já teria chegado a um entendimento com a base. É o que explica o deputado estadual João Mádison (MDB) em entrevista à coluna.  

“Onde tiver dois candidatos da base, ele não vai. O que ele puder fazer pra um, que ele faça para o outro. E naqueles locais onde o candidato não votou nele, que o MDB vai ter muitos candidatos que estão se filiando, nós não temos problema. Nós sabemos que lá o governador vai apoiar o candidato que votou nele. Ele já deixou isso muito claro”, diz o emedebista.

Desde a eleição estadual, Rafael tem deixado claro à base a máxima de que “o exército da batalha será  o mesmo da ocupação”. Foi assim na montagem do governo, ao que tudo indica, será na organização das chapas para a sucessão municipal. 

A divergência entre os pré-candidatos a vereador da base do prefeito Dr. Pessoa (Republicanos), na discussão sobre a composição proporcional, continua. Além de não haver entendimento sobre os critérios para a divisão das chapas, o grupo diverge sobre o papel do prefeito nessa discussão.

Para o vereador Zé Filho (Republicanos), como líder do grupo político, o prefeito Dr. Pessoa tem papel determinante na composição das chapas. 

“Não acho que o prefeito tenha que dar opinião. Acho que o prefeito tem é que decidir. Ele é o líder, é o comandante do grupo. Em outros tempos, sempre quem montou a chapa foi o comandante do grupo. E eu acho que tem que acontecer montado por ele”, avalia Zé Filho.

Já o vereador Markim Costa (sem partido) diz que o prefeito está sendo consultado sobre o processo. Mas que o próprio Dr. Pessoa pediu que o grupo desse encaminhamento à discussão. “Vai ter uma reunião agora, dia 10 de agosto, onde vai ser discutido novamente com o prefeito. Ele quis que a gente tivesse essa reunião sem ele, para justamente estabelecer alguns critérios e chegar pra ele com algumas ideias prontas”, explica.